O assunto é muito complexo e cheio de relatividades, mas a conclusão final é tirada na maravilhosa mudança ao experimentar o líquido precioso. Vamos primeiro entender o que é a madeira!
Celulose |
Hemicelulose |
Lignina |
A celulose abrange quase metade da composição dos polímeros da madeira, sendo o principal componente da parede celular.
A Hemicelulose são os chamados açucares neutros , divididos em cinco grupos: Glucoses, manose, galactose, xilose e arabinose.
A Lignina é um dos fatores cruciais na questão aromática para o contato com a cerveja. Sua formação é constituída por um sistema de aromas composto de unidades de fenil-propano. É a última camada a ser formada como componente da parede celular, consequentemente, em contato direto com o líquido.
Junto desta parede celular, ainda existem as substâncias de baixo peso molecular que podem também influenciar em propriedades de aromas, sabor e durabilidade da madeira. Por menor que sejam as quantidades em relação a massa total, fazem uma grande diferença nas suas propriedades. Sendo resumidas em compostos aromáticos (fenólicos) , Terpenos (mirceno, gereniol, canfora e etc), Ácidos alifáticos, Álcoois (ésteres) e Substâncias inorgânicas (Ca, K e Mg) além de mono e dissacarídeos (casca interna).
Pronto, entupi a cabeça de todo mundo com um tanto de coisa que pouquíssimas pessoas já estudaram ou entenderam, mas volte ao início, releia, compreenda e continue a leitura...
Vamos focar basicamente na Lignina e seus efeitos mais avassaladores no líquido em contato. Para ficar mais claro vamos falar de alguns exemplos de contato e suas reais transformações aromáticas.
- Bálsamo - Myroxylon peruiferun L.F - Aromas moderamente amendoados e com notas de canela e cravo.
- Carvalho - Quercus SP - Aromas que lembram ameixas, cassis , baunilha e caramelo.
- Umburana - Amburana cearensis - Aromas mais intensos de baunilha. Quem já cheirou rapé?? Então, a umburana é responsável pela sua aromatização.
Ainda fatores como torrefação da madeira, tempo de contato e receita da cerveja podem influenciar muito em cada tipo de maturação. O mais legal é fazer testes e ver no que isto vai dar.
Em relação a cerveja maturada em barril, temos algumas observações que pode ser feitas. O envelhecimento provoca reação de oxidação de componentes gerados na fermentação, assim como os efeitos citados acima junto a parede celular da madeira. A temperatura do ambiente em que o barril se encontra , a humidade relativa do ar e as condições climáticas são de relevâcia altíssima. Ainda existem os fatores relacionados ao tamanho do tonel, a quantidade de utilizações e o tipo de madeira.
Aqui na Wäls compramos 10 barris de carvalho francês que vieram importados da escócia e que antes maturavam o tradicional whisky do estilo Single Malt. Ainda não decidimos qual cerveja vamos colocar para ganhar mais vida e alma nestes barris. Mas garantimos que será incrível.
Durante 1 ano fizemos testes que alguns afortunados que já visitaram a Wäls tiveram oportunidade de conhecer. Temos aqui amostras de maturação com Carvalho Francês de Média tostagem, Carvalho Francês natural e Carvalho Americano com baixa torrefação. Quem me dera se conseguissemos passar via web os diferenciados aromas.
O mais importante é o profissional que está a frente de todas as produções ter além de bastante estudo um "feeling" sensorial avançado. Criar cervejas e ainda por cima com maturação em madeiras é um trabalho para audaciosos alquimistas. Mais uma vez afirmamos:
Não fazemos cerveja, criamos obra de arte! # walsme
Show de bola Zé.
ResponderExcluirduas palavas: Barley Wine...
heheheheh
Pensaremos Pablão!! Barley e madeiras é sempre divino!
ResponderExcluirVou até tomar uma Quadruppel hoje pra celebrar o post e o aprendizado!
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